domingo, 25 de janeiro de 2009

Prometeu Acorrentado

"Prometeu Acorrentado" - Óleo s/ tela


O titã Prometeu é um personagem da mitologia grega, surgido numa trilogia de Ésquilo, da qual se perdera a terceira parte.

As duas partes restantes definem sinteticamente o fato ocorrido que levou Prometeu a ser aprisionado á rocha sob ordens de Júpiter. O prisioneiro trata-se de um Deus, que, por ter afinidade aos humanos, lhes presenteou com o fogo sagrado, destinado apenas ao uso divino, por essa falta, Júpiter, o Pai dos Deuses, ordenou que lhe acorrentassem numa grande rocha. O incumbido dessa tarefa foi Vulcano, o ferreiro dos Deuses, que com muito contragosto, forjou-lhe as correntes e grilhões, e o aprisionou. Também, como castigo, uma águia viria todos os dias comer um pedaço de seu fígado; no quadro vê-se essa águia no canto superior direito, voando ao longe para vir cumprir a sua tarefa.

Na tela, Prometeu aparece contorcido de dor e desespero por saber de sua impotência e pelo mau uso que os homens fizeram de seu presente. Suas vestes são de três cores, a capa amarela, o rubí azul de seu broche e o manto vermelho, são as três cores primárias, a Santíssima Trindade, da qual os homens se aproximariam se se libertassem da "rocha" que se encontram aprisionados, ou seja, dos defeitos, das antíteses que levam dentro de si.

Prometeu tem o seu correspondente cristão em Lúcifer (tratados por alguns antropólogos por "Prometeu-Lúcifer"), o anjo rebelde expulso do céu por se rebelar contra o Mais Alto (que no caso de Prometeu seria Júpiter). Mais uma vez, através dessa analogia, chega-se mais perto de uma conclusão de que muitas culturas dizem a mesma coisa com nomes e terminologias diferentes.

Interpretar essas obras literárias, como no caso da grega antiga, por exemplo, como sendo apenas contos fantásticos sem importância alguma, pode ser um erro. Algumas literaturas muito distintas, obviamente, com seus elementos e contexto, trazem não mais, do que subsídios arquétipicos para auxiliar na busca espiritual ou na melhora da conduta humana; é claro, algumas com metáforas, enigmas,etc.

Para uma interpretação exata de tais significados se requer um nível de consciência elevado, de forma alguma se pode captar algo assim com a mente, se tal fosse possível a verdade já estaria revelada.

Um bom exemplo para isso é aquele dos alquimistas da idade média que com seus discípulos rodeavam a catedral de Notre Dame para estudar-lhes as esculturas arcaicas, afim de lhes descobrirem seus profundos ensinamentos místicos.



Cesar Morais

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