domingo, 25 de janeiro de 2009

Parsifal

"Parsifal" - Óleo s/ tela.

Obra inspirada na ópera homônima de Richard Wagner( 1813-1883), compositor alemão que introduziu uma reforma no drama lírico, unindo lendas heróicas como temas e inovações musicais, rompendo com padrões contemporâneos, tidos como absolutos. Com seu incomparável talento, o resultado não poderia deixar de ser positivo, presenteando a humanidade com obras grandiosas, rendendo-lhe, segundo sua própria vontade, um local específico para a interpretação de suas obras: o "Centro de Comemorações Richard Wagner", em Bayreuht, Alemanha.
Os temas de Wagner possuem um profundo teor espiritual, em especial em suas últimas obras. "O Navio Fantasma", "Tannhauser", "Lohengrin", a tetralogia "O Anel dos Nibelungos", são algumas de suas principais obras, sendo que "Parsifal" foi a sua última obra.
O quadro representa o próprio Parsifal, protagonista da ópera, e o apresenta orando diante da lança numa passagem do terceiro ato, em que aparece cambaleante com a lança baixada, o elmo fechado e com uma armadura completamente negra. Sem ser reconhecido, é repreendido por outro cavaleiro da ordem do Santo Graal (Gurnemanz), por portar armas naquele santo dia, Sexta-feira Santa. Diante disso, tira o elmo, depõe escudo e espada, finca a lança no solo e reza silenciosamente diante dela. Esse episódio é conhecido como " Os Encantamentos da Sexta-feira Santa".
A pintura em si não traz simbolismos próprios, mas sim, dos mesmos usados por Wagner na ópera. A lança, a armadura negra, uma bainha sem a espada e a própria oração diante da lança. Uma completa não se deve alterar, a única liberdade que tem o pintor, nesses casos, é representar a cena tal como a imagina, sem suprimir, acrescentar ou em geral, alterar nada.
Sabe-se que a lança e o graal são considerados sagrados por povos e culturas antigas, como a dos Cátaros, por exenplo, ordem que existiu na idade média no sul da França, e que, diz-se, mantinham sob sua guarda o próprio santo graal, o cálice em que o Cristo bebeu na Última Ceia, e que foi recolhido seu Sangue no Cálvario. Na obra de Wagner, estes objetos são guardados pela Ordem do Santo Graal, a qual Parsifal passa a pertencer, e recebe como tarefa, recuperar a lança roubada, sanar o rei, que fora ferido pela mesma.
Na verdade seria descobrir o profundo significado dos símbolos usados pelos grandes mestres em suas obras de arte, enquanto estivermos engarrafados em nossos próprios conceitos e busca exterior.
Cesar Morais

Nenhum comentário:

Postar um comentário